sábado, 5 de maio de 2012

Meu coração é uma espécie de apocalipse ilimitado.
A luz e a treva.
Cuidado onde pisa.
O chão pode ser bem sólido e também pode ser uma areia movediça.
O sangue borbulha nas veias.
Desde ontem até a eternidade.
E o pulso ainda pulsa.
Posso ser seu pior pesadelo.
Ou sua luz mais brilhante.
Não me decidi ainda.
Inútil.
É o momento da verdade.
É o momento da mentira.
Até o limite.
Ossos quebrados.
Olhos esmigalhados.
Por todos os lados.
A vida grita lá fora.
A vida te cospe e te engole de volta.
Tudo no mais perfeito equilíbrio.
Isso tudo é um lixo maldito.
Um certeza desfeita.
Um ilusão de ótica.
Uma foto de cabeça pra baixo.
Uma xícara de café vazia.
A água quente que te arranca a pele.
As unhas que te rasgam.
As lágrimas de sangue dormentes e apáticas.
Talvez eu seja um tipo de Nostradamus fora de moda.
Uma filha da puta capaz de prever esse futuro tão óbvio.
Uma folha seca que o vento leva.
Um pedaço de carne paralisado.
Uma sombra que vaga.
Um espírito fudido.
Uma peça sem encaixe.
Um quebra cabeça sem partes.
Um lenço de marte.
Enfim, essa arte.

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