terça-feira, 10 de janeiro de 2012

between the lines.

meu coração transborda.
transborda alegria, amor e dor.
meu coração engorda.
engorda de tanto sofrer e de solidão.

a madrugada é uma velha amiga.
a madrugada me consola.
ela escreve por linhas tortas o meu caminho de desilusão.
o meu lamento se traduz numa voz rouca de lamentação.
o meu tormento é tão lindo e profundo.
frutas, doces e portas abertas.

o mundo não tem razão.
o tempo não espera.
a vida corre e passa como a velocidade da luz.
o sangue escorre pelos caminhos da tentação.
nossos olhos brilham e se entregam.

a beleza da tristeza.
a beleza da saudade.
a beleza da vida urgente, inconsequente.
as mãos geladas e trêmulas.

eu não quero seu vazio.
não quero suas ideias sem noção.
não quero seus pensamentos sem graça.
não quero sua vida medíocre.
não quero esse seu jeito filha da puta de ser.
não quero seus humores e dissabores.

foda-se sua ignorância.
foda-se sua falta de tolerância.
foda-se seu gosto amargo.
foda-se a sua vida sem graça.

foda-se essa lamentação sem fim.
foda-se essa paixão insana.

não quero sua mente suja e violenta.
e eu sou uma mentirosa.
hahahaha.
é muita energia.
between the lines.

e pouco me importa que isso tudo seja trágico demais.
o fim começou no início.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

shadows of the night

muitas perguntas permeeiam minha cabeça.
a insônia uma velha amiga.
dou várias risadas quando penso a respeito.
coincidências?
predestinado?
ouço muito mais do que gostaria.
talvez essa parte seja hipocrisia, porque no fundo eu gosto mesmo de ouvir.
ouvir sua voz doce e suave.
olhar para esses seus olhos e sentir uma vibração interna não entendida.
não óbvia.
suas mãos tocando meu corpo.
suas mãos nervosas.
espontâneas.
você com esse seu sorriso cínico.
dissimulado.
meu corpo está doente e meu espírito também.
os anjos clamam meu nome em uma prece.
meus ossos doem como se estivessem sendo destroçados.
estilhaçados.
suor. febre. calafrio.
a sua sorte vomitada na sua cara.
a sua alergia esbofetando sua racionalidade.
o vento frio que alivia sua dor.
o seu coração a sangue frio.
os pingos de chuva excitando sua noite.
a falta de paciência.
o falso discurso.
o gosto amargo do café na xícara.
naquela xícara velha e fria.
a chuva gostosa que cai lá fora.
enquanto aqui dentro as chamas permeiam o não sono.
as chuvas que lavam as almas perdidas.
nada foi programado.
tudo às custas dos acontecimentos.
improváveis.
impensados.
impiedodos.
impulsivos.
o cigarro queimando por entre os dedos.
o vento que entra pela varanda, como um suspiro da natureza trazendo esperança.
o anúncio de um novo amanhã.
encorporado a todas as coisas mais complexas da existência.
pensamentos próprios e impróprios.
o seu gosto em meus lábios.
as suas palavras ecoando em meus sonhos.
o seu silêncio ensurdecedor.
seus acordes de guitarra mais imorais e perfeitos.
seus braços que me abraçam.
estamos apenas de passagem aqui.
e de repente você me trouxe a inspiração que faltava.
o seu rosto desenhado num papel.
a sua luz resplandecendo em meio a multidão.
os caminhos se cruzando numa das encruzilhadas da vida.
o elo que se encontra e que se perde.
o céu em azul e branco.
a foto em black and white.
o seu prato mais suculento.
o seu sono mais tranquilo.
eu te deixo ir como a lua deixa o sol nascer.
sou uma pequena molécula flutuante, que vagueia pelas shadows of the night.
a iluminação é precípua.

boa noite.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Something

As pessoas ainda vão sofrer muito neste mundo.
Infelizmente a grande maior parte ainda é muito primitiva e quando eu falo isso, eu quero dizer, na parte ruim. Na parte boa, tudo bem.
Somos muito pequenos, orgulhosos, infantis, sem muita verdade.
A grande parte ainda vive sob a sombra de personagens.
Quem gostariam de ser.
Quem sonhariam ser.

Ainda sofremos muito e sofreremos mais ainda.
Ciumentos, apegados, deslumbrados, com egos cheios demais.
Pequenos em atitudes.
Burros intelectualmente.
Supérfluos.
Amadores.
Emocionalmente fracassados e assépticos.
Pedaços de ilusões e de tormentos.
Pedaços de ironia fulgaz.
Vasos vazios.

Alguns,já despertaram pra isso.
Outros, continuam na ignorãncia.

Quando você estiver reclamando de algo na sua vida, pare e pense: o que eu fiz que me deu merecimento para passar por tal coisa?
Onde eu estava com os pensamentos quando fui mal educado, grosseiro e tratei mal aquela pessoa?
Ou ainda, como pude ser tão vil quando alguém precisou de mim e eu virei as costas?

Vivemos apenas o reflexo do que fazemos aos outros.
Nossa vida reflete apenas o que nós damos.
Não podemos receber o que não damos.
Nunca.
Jamais.
É a lei da vida e da natureza.
Colhe-se o que se planta.
Vive-se o que se deseja.
E não se engane de achar que sua vida não reflete o que você pensa.
Ela é pura e simples escolha sua.

E tem gente que não vai se emendar nem tão cedo.
É impressionante!
Muitos doentes mentais estão por aí...perdidos...com suas mentes dodoizinhas...aprontando com os outros.
E as vezes, precisamos tomar as dores de alguns amigos pra sentirmos como é estar na pele de alguém que está sendo machucado.

Sou intensa. Sem meias verdades.
Com muita franqueza e alegrias puras.
Sou muito carne, osso e sangue correndo nas veias.
Ópio em ebulição.
Não sou de pedra, apesar de as vezes parecer.
Sou sentimenos puros traduzidos em amor, luz e pensamentos.
Sou fantasticamente pouco. Como um grão de areia na imensidão do mar.
Mas o pouco que sou, é imensamente verdadeiro.
Puro, intenso, fascinado por música, pintura, cinema e todo tipo de arte.
Imerso num universo tão particular, que nem sei...
Vida clamando por vida.
A cada batida do coração.
A cada pulsar.
Em cada piscar de olhos.
Em todo sopro.

Cada um escolhe uma forma de se autoafirmar.
Encontrei a minha escrevendo.
Talvez seja a maneira que eu acredite ser a mais simples.
A mais objetiva.
A mais fácil de ser entendida.
A mais óbvia e mais explicativa possível, sem deixar margens.

Somos pequenos nadas ambulantes em busca de aprovação e aceitação.
No fim, corremos todos para os mesmos pontos primitivos do ser humano.
Amor, saúde, posses, reconhecimento.
Tão primitivs...
que...
respiro fundo ao pensar nisso.

Boa noite.