sexta-feira, 3 de junho de 2011

um por um

estou farta dessa coisa toda.
entrelinhas e cores desbotadas.
flores muchas e icógnitas da superficialidade.

o caos é um amigo meu.
amigo de longos anos.
sempre andando por caminhos tortuosos de mãos dadas.
e toda essa beleza de ser o que se é.
pedaços de lixos ambulantes.
não eu, eles.

os cegos estão vendo tudo.
os surdos já ouvem os suspiros.
a vanguarda o aguarda lá fora.
o cult está esperando na outra porta.
o vagabundo pede uma ajuda e tudo que ouve é "fuck you"!
o vintage é o artigo da moda contemporânea.
os velhos cachos estão de volta com tudo.
e vivam os permanentes, que descobri o que é, dia desses.
o café com cigarro queimando entre os dedos.
uma foto minha naquele porta retrato que ficou no passado.
o vício segue o seu cotidiano.
os excessos são necessários.
a overdose de toda aquela paixão vomitada na cara.
o céu azul-vermelho-amarelado.
o horário x da geração y.
a chícara vazia.
os olhos entreabertos.
aquela boca vermelha.
maquiagem borrada.
eu sinto muito por você.
aquele fatídico olhar.
há tanta poesia não dita.
o dito pelo não dito.
o travesseiro amassado em seus sonhos de papel.
o nariz que sangra.
o amor que bate forte e te deixa sem fôlego.
os livros jogados pela janela.
aquela cama fria.
aquele abraço quente.
nossas mãos apertadas.
o delírio que vaga pela noite.
os teus braços são saudade e tuas palavras o alarde.
todos os sentidos envolvidos numa só música.
aquela que fiz pra você lembrar de mim.
sua memória retardada e simplória.
minha memória retardada e complexa.
nossos caminhos se cruzando como em um enigma.
o rock'n roll que alimenta a alma.
os litros de sorrisos que não se consegue segurar.
no fundo, pouca coisa mudou.
a lua é nova e os ruídos continuam.
um por um.

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