domingo, 4 de março de 2012

eu me liberto do passado nesse momento.
o ontem já não existe.
perto do limite.
minhas ideias afloram na cabeça como um jardim na primavera.
eu não estou dizendo me desculpe.
os teus passos vão em outra direção.
parece que finalmente nunca ficaremos juntos.
e felizmente.
eles não vão nos forçar.
eles não vão nos controlar.
nós seremos vitoriosos.
acho que nunca senti tanta falta de pele.
meus olhos doem.
eles não enxergam mais.
estou cega.
mas minha consciência tudo ver.
eu tenho pensamentos tão sórdidos quanto você.
qualquer um pode ser treinado pra isso.
segure-me.
segure-me.
eu esperei milhões de anos pra ver vc sorrindo de novo.
você pode estar errado, mas deveria estar certo.
eu pulei um buraco e isso ficou fora de controle.
resistência.
resistência.
resistência.
sinto falta de chão.
de firmeza.
de segurança.
de estabilidade.
de sossego.
de relaxamento.
será que você é o the one?
será que você é tão macho quanto eu preciso?
será que você é tão forte quando quero?
seá que você está pronto pra isso?
esquecer.
libertar.
desapegar.
as vezes acho que não entro de cabeça.
e as vezes tenho a sensação de que não fiz isso, apesar de ter planejado fazer.
é uma prova bem árdua.
mas isso é um teste da vida.

os sonhos são possíveis mas, é preciso sonhar.
será que eu tenho talento?
talento necessário.
so confuse.
é muita insensibilidade pra uma pessoa só.
as pessoas podiam se explicar melhor e serem mais interessadas.
gosto das pessoas que argumentam.
que discutem.
que discordam e argumentam em cima.
não tenho paciência pra gente sem opinião.
me dá preguiça e me irrita.
um murro na sua cara.
slap on your face.
muito obrigada pela dua mediocridade.
ela é genial.

a sua poética é retórica demais.
e eu gosto de entender tudo perfeitamente com todos os seus pontos nos is.
e se tua mente te prega uma peça todas vez que você se perde?
e que bom que não acredito mais em você.

meus dentes rangem.
minha unhas estão cravadas nas tuas costas como se eu fosse um animal feroz.
estamos na floresta e só vemos muita mata verde em toda imensidão.
o clima é frio...o céu é cinzento...é fim de tarde.
meus olhos negros olham pra sua pele que se rasga em minhas mãos.
vc me olha como um animal acuado, ferido no corpo e na alma.
os raios de luz entrecortam as compridas árvores.
e sentimos aquela luz sobre nossas cabeças.
ali naquele nosso devaneio você me diz coisas que nunca ouvi.
você fala em línguas que não entendo.
você me mostra coisas que eu não conheço.
eu fico fascinada pela maciez da sua pele.
eu sinto meu coração bater descompasadamente.
aquele momento em slow motion continua acontecendo...
o som da orquestra de fundo...as imagens vão dando a sensação de continuidade nas cenas...o filme vai passando...meus cabelos estão gelados....você passa a mão neles...eu me sinto reconfortada...o cenário muda...
eu me vejo numa sala antiga...em tempos muito longuínquos...uma velha está na minha frente com uma saia longa azul e uma camisa de botão branca. ela costura...ou faz crochê....uma lareira está ao fundo do lado esquerdo...eu tenho uma pequena e parcial vista daquele lugar.
é absurdamente lindo.
o cenário mudou novamente.
eu volto pra uma floresta...mas pro alto da montanha...onde tenho a visão de vales gigantes e verdes....e o sol é forte... o céu azul...
eu tenho a sensação de que, o que sinto falta realmente, é de trocar ideias...viajar intelectualmente em assuntos variados...em discutir arte, ciência, política, gastronomia...de investigar o que é bom, de conhecer....e conhecer...compreender...

não sinto os meus pés no chão...
nem sinto chão, na verdade.
o ar me envolve e me suspende suavemente.
me sinto linda e perfeita a sua espera...

luz do sol...azul do mar...nuvens douradas cintilantes...
eu vejo esrelas no céu...
revelações em preto e branco.
segure-me em seus braços...

sometimes, eu nem sei o que dizer.

2 comentários:

André Faraó disse...

É na inquietude dos nossos devaneios que a dúvida merece todo o mérito. A certeza propaga os erros das diversas perspectivas e nos encontramos a falar com as paredes. Na verdade falamos com nós mesmos, sem ao menos perceber, muitas vezes.Bjs,André

inquietaçãopura disse...

Carl quanto tempo!!
Sempre com comentários construtivos e interessantes.
Cabeça pensante sempre.
Beijos.